100 dias do governo mostram Lula preso em sua própria ‘bolha’

O presidente continua preso no clássico “nós contra eles”

Nesta segunda-feira (10), completa 100 dias que iniciou o terceiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Lula, segue sob o desafio de encontrar marcas de gestão, criar programas de crédito para incentivar o crescimento e se aproximar da classe média, num momento de incertezas na economia. Até agora, o presidente cobrou “criatividade” da equipe e mostrou pressa por resultados, mas não conseguiu sair do clássico “nós contra eles” que tem marcado a polarização política no Brasil.

Os partidos que foram apoiadores de Lula no segundo turno da campanha defenderam a democracia após os atos de 8 de janeiro, mas pouco “apita” no governo. Nesse período de turbulência, a comunicação do presidente ficou concentrada em sua própria “bolha”, em estratégia desenhada para reforçar laços com o eleitorado de esquerda.

Na próxima semana,  Lula inicia a chamada “Nova fase”, da administração em sua presidência.

“Não existe milagre. Somente com uma política de crédito vamos motivar os empresários a voltar a fazer investimentos. Não é possível imaginar que, num país do tamanho do Brasil, você possa dar um cavalo de pau para mudar radicalmente as coisas. Quando você é oposição, fala o que quer. Quando você é governo, faz o que pode”, informou Lula, na última quinta-feira (6). 

Uma espécie de “vale a pena ver de novo” deu a tônica dos primeiros 100 dias de governo, com o relançamento de programas sociais como Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida e Mais Médicos, vitrines de gestões petistas.

No “nós contra eles”, o presidente  pediu empenho dos auxiliares para destacar a “herança maldita” recebida do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).