Após receber vaias de um grupo ligado a profissionais da área de enfermagem, na quarta-feira (12), enquanto discursava no Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse ter derrotado “o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”.
“Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”, declarou.
A declaração foi feita enquanto Barroso reagia ao protesto de um grupo de manifestantes que, além das vaias, carregava uma faixa com a frase “Barroso: inimigo da enfermagem e articulador do golpe de 2016”. No ano passado, o magistrado suspendeu o pagamento do piso salarial da enfermagem por falta de detalhamento de como ocorreria o custeio.
“Fui eu que consegui o dinheiro da enfermagem porque não tinha dinheiro. Não tenho medo de vaia, porque temos um país para construir”, disse o ministro em resposta ao protesto.
O 59° Congresso da UNE, que acontece em Brasília, vai até o próximo dia 16 de julho. Esse não é o primeiro episódio polêmico envolvendo o ministro e manifestações direcionadas ao movimento de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em novembro do ano passado, ao ser alvo de protesto em Nova Iorque, Barroso respondeu com um: “Perdeu, mané, não amola”.
De acordo com a CNN Brasil, pessoas próximas ao ex-presidente teriam declarado que, ao dizer: “Nós derrotamos o bolsonarismo”, Barroso estaria confessando que o TSE agiu contra Bolsonaro na eleição de 2022. Procurada pela emissora, a assessoria do ex-chefe do Executivo não se pronunciou.