A CPI do MST chega ao fim nesta semana e contará com dois relatórios que serão votados, um apresentado pelo relator Ricardo Salles (PL) e outro que será entregado pela deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL). No documento escrito por Salles, a comissão pede o indiciamento do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias, do líder da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), José Rainha, do deputado federal Valmir Assunção (PT e do diretor superintendente do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas, Jaime Messias Silva.
Com 60 páginas, o relatório destaca que o agronegócio é um dos setores que mais contribuiu para o segmento econômico do país. O texto de Salles responsabiliza o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo crescimento no volume de invasões de terras. Em entrevista, o relator afirmou que medidas aplicadas pelo governo anterior teriam sido deixadas de lado. Ao justificar os pedidos de indiciamento, Salles afirma que os indiciados cometeram crimes.
No caso de Gonçalves Dias, foi levado em conta o depoimento em que o ex-ministro declarou que nos primeiros 100 dias de governo não teve conhecimento das invasões de terras. Já José Rainha teria afirmado durante seu depoimento que usa uma produtora de alimentos registrada em nomes de terceiros, por isso, o relator alega que o líder social teria cometido falsidade ideológica e sonegação fiscal. O deputado Valmir Assunção é alvo de indiciamento por sua atuação no sul da Bahia. Como integrante do movimento, o parlamentar foi acusado de ter cometido abusos contra outros sem terra, como ameaças e furto. A deputada Sâmia Bonfim apresenta um relatório paralelo, sem pedidos de indiciamento e que exalta as ações do MST.
O texto também aborda supostos abusos cometidos pela CPI, como invasões a domicílios durante diligências em assentamentos e violência política de gênero, crime que teria sido causado por Salles e pelo presidente da CPI, deputado Zucco (Republicanos) na condução dos trabalhos da comissão.
Wemilly Moraes