Candidato liberal ao cargo de presidente da Argentina, Javier Milei, do partido A Liberdade Avança, disse, neste domingo (8), em debate pré-eleitoral visando o pleito do próximo dia 22, que o país não vai “aderir à Agenda 2030”, nem ao Acordo de Paris, se ele ganhar.
– Não vamos aderir à Agenda 2030. Não vamos aderir ao marxismo cultural, não vamos aderir à decadência – declarou Milei,
Ele foi o candidato mais votado nas primárias argentinas realizadas em 13 de agosto, que definiram os concorrentes que participarão do primeiro turno.
O debate deste domingo, realizado na Faculdade de Direito da Universidade de Buenos Aires (UBA), foi o segundo obrigatório entre os cinco candidatos à Presidência da Argentina. O primeiro embate aconteceu no último dia 1° de outubro.
– Somos o único espaço que apresentou uma agenda de energia que contém todas as restrições aplicáveis na Europa. Estamos em conformidade excessiva – declarou Milei em resposta a uma pergunta do candidato peronista dissidente e atual governador da província de Córdoba, Juan Schiaretti.
O confronto mais tenso nessa parte do debate foi entre Milei e a candidata esquerdista Myriam Bregman. Ela pediu a Milei que esclarecesse suas ideias sobre mudanças climáticas e feminicídio, que a candidata descreveu como “negacionistas”.
– Antes de mais nada, não minta (…). Não nego a mudança climática, o que digo é que há ciclos de temperaturas na história da Terra e este é o quinto – alegou.
Em sua fala, Milei argumentou que “a única diferença” nesse ciclo climático é que “agora existe o ser humano” e que “todas essas políticas que culpam os seres humanos pela mudança climática são falsas”.
Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – comumente conhecidos como a Agenda 2030 – foram adotados pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2015 e propõem diferentes metas ambientais, sociais e econômicas. Já o Acordo de Paris foi negociado em 2015 pelos 195 países membros da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.
O Acordo de Paris busca limitar o aumento das temperaturas a 1,5 °C até 2050 para reduzir os riscos e os efeitos do aquecimento global. Atualmente, a Argentina reconhece ambos os tratados.
*EFE