O partido do líder populista nacionalista Geert Wilders teve uma grande vitória na eleição geral da Holanda, de acordo com quase todos os votos apurados no início desta quinta-feira (23). Trata-se de uma clara guinada à direita no país.
O resultado deve causar abalos secundários pela Europa e colocar Wilders à frente nas conversas para formar a próxima coalizão de governo, possivelmente tornando-se o primeiro premiê de direita da Holanda.
Com quase todos os votos contados, o Partido pela Liberdade de Wilders ganhava 37 das 150 cadeiras da Câmara Baixa do Parlamento, dois a mais que o previsto na boca de urna divulgada após o fim da votação, na noite desta quarta (22) e mais que o dobro das 17 obtidas pela sigla na última eleição.
Outros partidos políticos realizavam reuniões separadas para discutir o resultado eleitoral, que deve se seguir a um processo árduo para formar uma nova coalizão, a partir desta sexta (24).
O programa de Wilders inclui uma votação popular para saber se a Holanda deve deixar a União Europeia, além do congelamento total da aceitação de novos pedidos de asilo, bem como restrição a imigrantes na fronteira do país. Ele também defende a “des-islamização” da Holanda, e diz que não quer mesquitas ou escolas islâmicas no país, embora tenha sido menos duro com o Islã nesta campanha que no passado. Ele é um defensor entusiasmado de Israel, onde morou por dois anos.
A vitória de Wilders parece ter sido baseada na campanha para conter a imigração, um tema que causou o fim da coalizão anterior de governo, em julho, e na ideia de enfrentar problemas como o alto custo de vida e a dificuldade de conseguir moradia.
– Os holandeses voltarão a ser prioridade. O povo holandês retomará o seu país e o tsunami de refugiados e imigrantes será limitado – prometeu Wilders a uma multidão que gritava seu nome na noite das eleições.