No domingo (12), o nível dos rios voltou a subir no sul do Brasil devido as novas chuvas torrenciais que atingem a região. “Praticamente todos os grandes rios do estado apresentam tendência de elevação”, informou a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, que enfrenta a pior catástrofe climática de sua história. O Guaíba, que desde a semana passada cobre grandes partes da capital Porto Alegre, havia baixado no sábado para seu menor nível desde 3 de maio.
No entanto, com as fortes chuvas que caem na região desde sexta, seu nível voltou a subir e deve ultrapassar os cinco metros, “conforme a chegada da vazão pelos rios contribuintes e a atuação dos ventos”, segundo o relatório. As enchentes históricas no Rio Grande do Sul, provocadas por intensas precipitações desde o final de abril, afetaram mais de dois milhões de pessoas, com um saldo de 143 mortos, 806 feridos e 131 desaparecidos.
De acordo com o último balanço da Defesa Civil, mais de 619 mil pessoas tiveram que deixar suas casas devido à catástrofe, que especialistas da ONU (Organização das Nações Unidas) e do governo federal atribuem às mudanças climáticas e ao fenômeno do El Niño. Outros rios seguiam transbordando e subindo. As cheias do Taquari colocaram novamente em alerta a pequena cidade de Muçum, que ainda se recuperava da passagem de um ciclone devastador em setembro quando foi atingida pelas inundações. Segundo as autoridades, a Lagoa dos Patos, com saída para o Atlântico, está em “níveis muito elevados” com tendência a subir ainda mais nas áreas costeiras. A cidade vizinha de Pelotas “enfrenta um agravamento da situação” que “amplia a probabilidade de inundação”, alertou em seu Instagram a prefeita Paula Mascarenhas, que fez um “apelo urgente” para que a população desocupe as casas em áreas de risco.