Milhares de sardinhas apareceram mortas de forma repentina de São José de Ribamar e no cais do Porto de Raposa, na Região Metropolitana de São Luís. A cena chamou atenção dos moradores que não viam o fenômeno há pelo menos três anos. A praia do Araçagy, ficou tomada pelo cardume morto, criando um forte mal cheiro que atraiu urubus.
Pescadores da área suspeitam do uso de redes conhecidas como zangarias, que podem chegar a quase mil metros de comprimento, para capturar peixes maiores. “É uma rede que é botada na praia para para pegar camarão. Esse é o sistema da pescaria, é uma rede com malha 18, mais baixa, que, na época da sardinha, se a pessoa não evitar de pescar, eles vão matar a sardinha,”, afirmou Antônio Muniz, pescador.
Uma outra explicação é observada por meio de um estudo de impacto no meio ambiente feito pela Universidade Federal do Maranhão. Segundo os pesquisadores, a interferência das mudanças climáticas e a poluição também podem ter relação com as mortes.
“Muitas pesquisas vão apontando para gente elementos muito sérios com relação aos índices de poluição do ar, das águas, do solo aqui da nossa ilha”, explica Honorário Santana, coordenador do movimento de Defesa da Ilha.
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMA) afirmou que intensificou a fiscalização nos locais onde os peixes foram encontrados para identificar os fatores que possam ter causado a morte dos peixes, assim como identificar os possíveis culpados para a aplicação de sanções administrativas cabíveis.
A Prefeitura de São José de Ribamar ainda não se pronunciou sobre o assunto. Já a Prefeitura de Raposa informou que já iniciou uma investigação, em conjunto com o governo estadual e pescadores locais para identificar se houve alguma participação de profissionais da pesca de raposa no crime ambiental e tomar as providencias legais.