Mais de mil já foram presos em protestos na Venezuela

O Ministério Público da Venezuela, comandado pelo chavista Tarek William Saab, atualizou nesta quarta-feira (31), o número de presos para 1.062 desde o início das manifestações contra os resultados eleitorais de domingo. O procurador, porém, não divulgou cifras de mortos, o que, segundo a organização Foro Penal, já está em 11.

– Quero ver organizações internacionais dizerem que estes são prisioneiros conscientes, bandidos criminosos (…) depois são detidos, chorando, pedindo misericórdia, mas não haverá misericórdia, não haverá Justiça. Tem que haver Justiça por todos os danos que cometeram – disse Saab durante uma coletiva de imprensa.

O procurador acrescentou que libertará aqueles que conseguirem comprovar que não estavam envolvidos no que chamou de atos de violência durante os protestos. Mas “aqueles que participaram serão privados da sua liberdade durante muitos anos”.

Os números oficiais são maiores dos que os divulgado por organizações independentes, como o Foro Penal, que indica 429 prisões nas últimas 48 horas. O chavismo alega, sem provas, estar sendo vítima de um golpe de Estado, enquanto a oposição acusa a ditadura de estar fraudando os resultados eleitorais ao anunciar a vitória de Nicolás Maduro por 51% sobre o candidato Edmundo González Urrutia.

Desde segunda, os venezuelanos têm ido às ruas para protestar contra os resultados, o que gerou resposta das forças de segurança com prisões, mortes e centenas de feridos.

O Ministério Público não informou números de mortos, apenas citou um militar na última terça (30). Mas, de acordo com o Foro Penal, ao menos 11 pessoas já morreram em diferentes partes de Caracas e Barinas.

 

 

 

 

 

 

 

 

Wemilly Moraes