Datena reconhece que foi ruim no debate: “Achei que daria um show”

José Luiz Datena (PSDB), candidato a prefeito de São Paulo, disse, na segunda-feira (12), que não apoiaria nem o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) nem o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) em um eventual segundo turno, e reconheceu que não foi bem na sua estreia em debates, ocorrida na última quinta-feira (8), na Band.

O tucano, que expressou confiança que vencerá a eleição, disse que suas ideias são “antagônicas” às de Boulos e do PT, partido ao qual foi filiado por mais de duas décadas.

Ele ressaltou ainda que há outros nomes “no jogo”, como Pablo Marçal (PRTB) e Tabata Amaral (PSB).

Apesar de se esforçar para marcar diferença do candidato do PSOL para se apresentar como alternativa à polarização, Datena fez dobradinha com Boulos no debate na última na Band, e disse que já foi convidado para ser vice do psolista. Em um vídeo vazado em abril do ano passado ele aparece sugerindo ser integrante da chapa. Agora, no entanto, diz que tem ideias diferentes.

– As minhas ideias são completamente antagônicas às do Boulos e às do PT. Todo mundo diz que eu mudo de partido, mas fiquei 20 anos no PT. A partir do momento que começou a apresentar casos de Mensalão, do Petrolão, eu dei no pé – afirmou o apresentador, que deixou a sigla em 2015.

Datena também disse que seu desempenho no debate foi “muito abaixo” do que esperava. Declarou ainda ter sido julgado mais como comunicador do que como candidato, afirmou não estar familiarizado e ter subestimado as regras e o formato e disse que Nunes o atrapalhou logo na primeira pergunta ao pedir direito de resposta em voz alta.

– A crítica é justa. Já dizia o Chacrinha: “quem não se comunica, se estrumbica”. Não estou acostumado com regra de debate e em falar no tempo. (…) Eu não fui aquilo que pensava que seria e subestimei o debate. Achei que por ser um bom apresentador de televisão eu fosse dar um show nos caras – disse ele.

CANDIDATO VOLTA A CRITICAR RICARDO NUNES

O candidato do PSDB também voltou a citar suspeitas contra Ricardo Nunes, mas sem, como de costume, cravar que ele tenha envolvimento com os casos mencionados, como o aumento de contratações emergenciais sem licitação e a investigação que aponta para a infiltração do Primeiro Comando da Capital (PCC) em duas empresas de ônibus que prestam serviço de transporte público na capital paulista.

– Você acha que é possível acontecer fraudes, infiltrações do crime organizado sem que o prefeito saiba? Eu acho difícil o prefeito não saber de nada. Ele nunca sabe de nada – respondeu Datena, ao ser questionado sobre qual evidência tinha da participação de Nunes no caso das empresas de ônibus.

– Eu acho que esse cara pode ser no mínimo refém do PCC ou ter medo do PCC – acrescentou.

Datena se esquivou de falar sobre problemas que sua campanha vem enfrentando. O principal deles é a falta de especialistas para responder pelas áreas do plano de governo. O PSDB não enviou representantes para falar sobre saúde e educação em sabatinas realizadas pela rádio CBN.

O jornalista também voltou atrás em uma declaração dada há seis dias. Na última terça (6), ele afirmou ao portal G1 que seu objetivo principal na política era ser senador. Questionado nesta segunda, ele disse que agora “não quer mais” e que pretende cumprir o mandato até o fim caso seja eleito prefeito.

 

 

 

 

 

Pleno News