O procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, anunciou nesta quarta-feira (18), que pediu à Justiça venezuelana um mandado de prisão contra o presidente da Argentina, Javier Milei, pelo “roubo” de um avião de carga pelo governo argentino, ocorrida em Buenos Aires em 2022. A secretária-geral argentina e irmã do presidente, Karine Milei, e a ministra de Segurança, Patricia Bullrich, também são alvos do pedido de ordem de prisão Ministério Público venezuelano.
O anúncio de Saab é mais um capítulo de uma crise entre os governos da Venezuela e da Argentina, que se estende desde 2022, quando o governo argentino apreendeu um Boeing 747 de carga venezuelano a pedido dos EUA por suspeitas de relação com o braço de elite das Forças Armadas do Irã. Entenda o caso abaixo.
Segundo o procurador-geral, as autoridades argentinas citadas serão acusadas de “roubo agravado, lavagem de dinheiro, privação ilícita de liberdade, simulação de ato punível, interferência ilícita, inutilização de aeronave e associação criminosa”.
O anúncio foi feito um dia após uma ONG e promotores federais solicitarem à Justiça argentina que ordene a prisão do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em uma causa de crimes contra a humanidade.
O MP venezuelano anunciou a nomeação de dois promotores especializados para tramitar mandados contra as autoridades argentinas, disse Saab em coletiva nesta quarta.
O governo da Argentina repudiou o pedido de ordem de prisão realizado pelo procurador-geral venezuelano e disse que “o caso mencionado foi resolvido pelo Poder Judiciário, um poder independente sobre o qual o Executivo não pode nem deve ter qualquer interferência, em conformidade com um acordo internacional.”