Autoridades norte-americanas acreditam que um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza entre Israel e o grupo terrorista palestino Hamas não deve ocorrer antes do fim do mandato do atual presidente, Joe Biden, em janeiro, segundo a agência Reuters, com base em informações do The Wall Street Journal da quinta-feira (19).
O jornal citou autoridades da Casa Branca, do Departamento de Estado e do Pentágono, sem revelá-las. A Reuters entrou em contato com os órgãos, mas não houve retorno até a última atualização desta reportagem.
O secretário de Estado, Antony Blinken, afirmou há duas semanas que 90% do acordo de cessar-fogo estava fechado, enquanto a vice-presidente, Kamala Harris, tem falado repetidamente que Washington está trabalhando “24 horas por dia” para chegar a um acordo.
Os EUA e mediadores do Catar e do Egito têm tentado há meses obter um cessar-fogo entre Israel e Hamas, mas não conseguiram chegar a um acordo final até o momento.
As negociações agora tentam superar dois obstáculos:
a exigência de Israel de manter suas forças no corredor Filadélfia, para garantir uma separação entre a Faixa de Gaza e o Egito;
e os detalhes de uma troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos detidos em Israel.
Biden construiu uma proposta de cessar-fogo trifásica em 31 de maio. À época, ele afirmou que Israel havia concordado com a proposta. O acordo, contudo, encontrou resistência, e oficiais disseram por semanas que uma nova proposta seria apresentada em breve.
Críticos e grupos de defesa dos direitos humanos pediram que Washington use seu poder de barganha para condicionar a ajuda militar a Israel ao acordo, mas os EUA mantiveram o apoio ao aliado.
Guerra em Gaza
Quase todos os 2,3 milhões de habitantes de Gaza foram forçados a deixar suas casas pelo menos uma vez, e alguns tiveram que fugir até 10 vezes desde que a guerra começou após o Hamas, que controla Gaza, atacar Israel, matando 1,2 mil e levando cerca de 250 reféns, de acordo com contagens israelenses.
Depois, os ataques israelenses em Gaza mataram mais de 40,9 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza.
Os dois lados em conflito se culpam mutuamente por até agora falharem em alcançar um cessar-fogo, que também resultaria na libertação de reféns.
G1.com