Uma semana dedicada a sensibilizar pessoas para a importância da doação de órgãos. É assim que está sendo realizada a I Semana de Mobilização pela Autorização Eletrônica de Órgãos (Aedo), que ocorre em São Luís, até este sábado (09). A iniciativa conjunta é desenvolvida pela Corregedoria Geral do Foro Extrajudicial do Maranhão (Cogex), Colégio Notarial do Brasil (CNB-MA) e Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Central Estadual de Transplantes (CET-MA). No Brasil, a campanha tem o apoio do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Desde segunda-feira (04) até sexta-feira (08), as ações ocorrem no Fórum Desembargador Sarney Costa (Calhau), das 8h às 12h, oportunidade em que frequentadores poderão tirar dúvidas sobre doações e transplantes, além de realizar a sua Autorização de Eletrônica de Doação de Órgãos (Aedo), que está sendo feita na sala da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-MA), apoiadora da iniciativa. Na quinta-feira (07), a ação vai acontecer no Hospital Carlos Macieira, onde haverá abordagem de sensibilização e realização da Aedo.
As atividades da I Semana também vão acontecer no sábado. Para fechar a mobilização, equipes dos cartórios e da Liga de Transplantes vão ao Hemomar conversar com pessoas doadoras de sangue e medula óssea, na tentativa de sensibilizar sobre a importância da autorização de doação de outros órgãos e tecidos. A programação será finalizada na parte da tarde, com uma ação prevista para ocorrer no Shopping da Ilha, das 15h às 20h.
Conforme esclareceu a juíza auxiliar da Cogex, Laysa Paz Mendes, além de assegurar o esclarecimento e a realização da Aedo, a I Semana tem a finalidade de promover o debate na sociedade, visando a ampliação do número de doadores e de transplantes realizados. A magistrada ainda destacou que a proposta é que a ação ocorra a cada seis meses.
“Este é um movimento nacional, que conta com o apoio do CNJ em todo Brasil. Nosso desafio ao longo desta I Semana é promover a sensibilização das pessoas, para que o tema possa ser debatido no cotidiano e que, para além da discussão, elas possam adotar a atitude de serem doadoras. Nossa intenção é promover ações como essa a cada seis meses, a fim de manter vivo um debate fundamental em nossa sociedade”, disse a magistrada.
E se fosse você na fila de espera?
Quando se fala em doação de órgão é natural que cada pessoa se coloque na posição de doadora, de poder realizar um gesto de bondade para ajudar alguém. No entanto, a I Semana pretende promover a reflexão, também, na perspectiva de que a pessoa se veja não apenas na condição de doar, mas no lugar de quem precisa de um transplante, sendo ela a destinatária de um órgão que poderá salvar sua vida.
Com esse debate, a campanha pretende promover o aumento de pessoas que desejam realizar a doação de órgãos e consequentemente de pessoas transplantadas, reduzindo a fila de espera por um órgão. Cerca de 900 pessoas aguardam na fila para transplantes por órgãos ou tecidos no Maranhão, sendo 238 para rim, quatro para fígado e 662 pessoas para transplante de córnea.
Esse espírito de solidariedade pôde ser visto no senhor Aldeon Borges da Silva, que esteve no Fórum para uma audiência e fez questão de realizar o procedimento. “O que me motivou foi poder realizar um ato de amor ao próximo, do qual eu mesmo posso precisar um dia. Seria melhor se todos tivéssemos essa consciência, porque tem muitas vidas precisando continuar. Temos que dividir um pouco de nós, doar ao nosso semelhante”, disse o entregador de 47 anos, que garantiu a emissão da sua Autorização.
A Aedo é fácil, rápida e segura
O titular do 7º Cartório de Notas de São Luís e presidente do CNB-MA, Gustavo Dal Molin, esteve prestando atendimento às pessoas na manhã do primeiro dia da mobilização e esclareceu que o procedimento é fácil e seguro. “Todo processo leva cerca de cinco minutos. Ao longo da semana, vamos tirar dúvidas e dar apoio para que as pessoas façam a emissão da Autorização. O processo é fácil e seguro, ficando os dados protegidos no cartório, que segue todo rigor da Lei Geral de Proteção de Dados”, afirmou.
Importante destacar que os dados não são de consulta pública. Quando ocorre o falecimento de uma pessoa que fez a Aedo, a autorização pode ser consultada apenas por profissionais que atuam no Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde, dando início a um trabalho que pode salvar vidas de outras pessoas. “Importante destacar que a última palavra ainda é da família da pessoa falecida, daí a importância de deixar a família informada sobre essa decisão de ser doador”, concluiu Dal Molin.
Com informações da Secretaria de Estado da Saúde