Advogado escreve receita de pamonha na petição para provar que juiz não lê os autos

Um advogado que não teve o nome revelado inseriu a receita de pamonha em uma petição judicial para evidenciar que alguns magistrados não leem atentamente os autos dos processos. No documento, ele expressou sua insatisfação com a falta de atenção dedicada às petições, afirmando que os advogados frequentemente são desrespeitados por juízes que não analisam minuciosamente os pleitos apresentados.

“Senhores julgadores, espero que entendam o que faço nestas pequenas linhas, e que não seja punido por tal ato de rebeldia, mas há tempos os advogados vem sendo desrespeitados pelos magistrados, que sequer se dão ao trabalho de analisar os pleitos que apresentamos. Nossas petições nunca são lidas com a atenção necessária. A maior prova disso, será demonstrada agora, pois se somos tradados como pamonhas, nada mais justo do que trazer aos autos a receita desta tão famosa iguaria”, diz um trecho da petição.

Em seguida, o advogado incluiu detalhadamente o modo de preparo da pamonha na petição, mencionando etapas como ralar as espigas de milho, adicionar sal e açúcar, e cozinhar a massa em água fervente.

“Rale as espigas ou corte-as rente ao sabugo e passe no liquidificador, juntamente com a água, acrescente o coco, o açúcar e mexa bem, coloque a massa na palha de milho e amarre bem, em uma panela grande ferva bem a água, e vá colocando as pamonhas uma a uma após a fervura completa da água, Importante a água deve estar realmente fervendo para receber as pamonhas, caso contrário elas vão se desfazer. Cozinhe por mais ou menos 40 minutos, retirando as pamonhas com o auxílio de uma escumadeira”, conclui o texto.

O trecho passou despercebido pelo magistrado responsável, corroborando a crítica do advogado sobre a falta de leitura atenta das petições.

O caso gerou debates na comunidade jurídica acerca da relação entre advogados e magistrados, levantando questões sobre a necessidade de maior atenção e respeito mútuo no trâmite processual.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jusbrasil