A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) discursou no CPAC Brasil neste domingo (7), falando sobre o projeto de lei da qual ela é relatora que pede eleições diretas na OAB. Ao citar a entidade, ela aponta para os inquéritos do Supremo Tribunal Federal (STF) que ela considera ilegais, como as investigações contra os manifestantes do 8 de janeiro e o inquérito das fakes news.
– No caso dos presos, 8 de janeiro, os advogados não estão tendo suas prerrogativas respeitadas. Os advogados não têm acesso aos autos. Os advogados não podem fazer sustentação oral. Eles mandaram gravar um vídeo e o julgamento é feito todo virtual – declarou a deputada.
Ela também apontou erros no inquérito das fake news, que o ex-ministro Marco Aurélio apelidou de inquérito do fim do mundo, como a ausência do Ministério Público que já pediu pelo arquivamento.
– É um inquérito que não tem Ministério Público, o Ministério Público pediu para arquivar, ele não foi arquivado, é um inquérito sigiloso, é um inquérito em que o ministro tem a sua própria polícia, ele investiga, ele é vítima, se diz vítima, ele julga. Isso não existe em nenhuma democracia, isso é pior que um processo kafkaniano – declarou.
Apesar desses pontos apresentados pela deputada, a OAB se mantém a favor dos inquéritos e diz que o “Supremo está atuando de forma legal, observando o devido processo legal”, o que ela não concorda.
– A gente sabe que isso não é verdade. A gente sabe que existem presos políticos no Brasil. A gente sabe que essas pessoas estão sofrendo. Famílias estão sendo despedaçadas por esses inquéritos (…) E sabem o por quê? Maior crime hoje no Brasil é ser de direita. Maior crime hoje no Brasil é apoiar Bolsonaro – afirmou Bia Kicis.
E continuou:
– Eu sou parlamentar. Eu digo que nós não temos mais imunidade. Nós não podemos subir na tribuna com tranquilidade para falar. E eu digo até para vocês que o fato de eu estar aqui, trazendo esse tema, é algo que pode pesar sobre mim, sobre a minha cabeça. Mas não tem problema não, minha gente, porque, sabe de uma coisa? Nós não vamos nos calar. Nós não vamos parar!