Brasil lidera ranking mundial de casos de dengue

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um novo informe sobre a situação epidemiológica da dengue, revelando que o Brasil é responsável por 82% dos casos suspeitos de dengue registrados globalmente em 2024. Este dado coloca o Brasil no topo do ranking de casos fatais da doença.

Seguindo o Brasil, estão a Argentina, com 420 mil casos prováveis, Paraguai, com 257 mil, e Peru, com quase 200 mil casos prováveis. “Embora um aumento substancial de casos de dengue tenha sido relatado globalmente nos últimos cinco anos, esse aumento foi particularmente pronunciado na região das Américas, onde o número de casos ultrapassou 7 milhões no final de abril, superando os 4,6 milhões registrados em todo o ano de 2023″, destacou a OMS.

Vacina contra a dengue

A vacina contra a dengue deve ser vista como parte de uma estratégia integrada para combater a doença, juntamente com o controle dos vetores, a gestão adequada dos casos e o envolvimento da comunidade, de acordo com a OMS. A organização recomenda o uso da vacina TAK-003, desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda, em crianças de 6 a 16 anos em locais com alta transmissão de dengue.

No Brasil, a vacina Qdenga, desenvolvida pela Takeda, está sendo utilizada na rede pública de saúde desde fevereiro deste ano. No entanto, devido à quantidade limitada de doses fornecidas pelo fabricante, a vacinação é destinada apenas a crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.

Outras arboviroses

A OMS destaca uma sobreposição de casos de dengue, chikungunya e zika – todas transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti e com sintomas semelhantes – o que pode levar a diagnósticos incorretos. Durante grandes surtos de suspeita de dengue, os dados de vigilância podem erroneamente incluir casos dessas outras doenças.

Um estudo realizado em Minas Gerais em 2023 revelou que os casos suspeitos de dengue representavam 84,4% do total de 828.654 casos prováveis ​​de arboviroses, enquanto os casos suspeitos de chikungunya correspondiam a apenas 15,6%. No entanto, entre os casos confirmados em laboratório, a proporção verdadeira foi de 65,9% para chikungunya e apenas 34,1% para dengue.

A OMS ressalta que muitos países possuem sistemas de vigilância fracos ou inexistentes para a transmissão endêmica de chikungunya e zika. Existem diferenças importantes entre essas doenças em relação a populações de risco, manejo de pacientes e utilização de recursos de saúde.

O vírus Zika é particularmente perigoso para mulheres grávidas, devido à associação com casos de microcefalia. A expansão da vigilância para monitorar simultaneamente os três vírus pode ajudar as autoridades de saúde pública a determinar com precisão a verdadeira carga de cada doença, melhorar as avaliações de risco e otimizar a gestão clínica e a alocação de recursos para intervenções de saúde pública mais eficazes.

Até o momento, o painel da OMS registrou mais de 250 mil casos de chikungunya em todo o mundo em 2024 e quase 7 mil casos de infecção pelo vírus Zika.

 

 

 

 

 

Leilane Vilaça sob supervisão