Com mais de 99% das urnas apuradas, a coligação de centro-direita Aliança Democrática (AD), do primeiro-ministro Luís Montenegro, que caiu em fevereiro, é a grande vitoriosa das eleições legislativas em Portugal no domingo (18). A AD registra 32,7% dos votos, enquanto o Partido Socialista (PS), enquanto isso, o Chega, de extrema-direita, empatam na segunda colocação, com cerca de 23% cada.
Anteriormente, pesquisas de boca de urna já apontavam a vitória da centro-direita, e um embate ferrenho entre centro-esquerda e extrema-direita pelo segundo maior número de assentos no parlamento português.
Quem é Luís Montenegro, que caiu e levantou para voltar ao poder em Portugal
Montenegro chegou ao cargo de primeiro-ministro em 2024, após a vitória da AD nas eleições daquele ano, sucedendo o socialista António Costa. Agora, ele volta ao cargo após cair em apenas um ano
“Vamos continuar a valorizar o trabalho e os rendimentos dos portugueses. Vamos criar mais riqueza para assim combater a pobreza e garantir prosperidade e justiça social”, falou Montenegro a apoiadores.
Além disso, o líder da AD também sinalizou um aperto maior nas regras de imigração.
“Vamos continuar a investir na juventude. Mais reforço da segurança”, falou Montenegro, finalizando com um tom de união: “Vamos ser, como sempre fomos, o governo para todos, todos, todos”.
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André Ventura: o líder que consolidou a extrema-direita em Portugal
Seu discurso anti-imigrante é central na sua plataforma, mirando especialmente ciganos, muçulmanos, indostânicos e beneficiários de programas sociais
Confira a distribuição de assentos no parlamento para cada partido faltando menos de 1% para totalização dos votos:
AD: 89
PS: 58
Chega: 58
Iniciativa Liberal: 9
Livre: 6
CDU: 3
JPP: 1
PAN: 1
Bloco de esquerda: 1
O maior derrotado do dia é o PS, de Pedro Nuno Santos, que registra o pior resultado desde a década de 1980. Em fala na sede do partido, Nuno Santos disse que deixará a liderança da sigla, citando “tempos duros e difíceis para a esquerda”.
Por outro lado, os ultradireitistas do Chega comemoram o resultado, que eleva o partido à segunda maior força em Portugal, dividindo com o PS. “O Chega matou hoje o bipartidarismo em Portugal”, declarou o presidente do Chega, André Ventura, a jornalistas, logo após a divulgação das primeiras sondagens. “Obrigado por terem acreditado que era possível quebrar 50 anos de um sistema político sempre igual”, afirmou.
Novo governo
Além disso, a disputa política, um dos temas centrais da eleição foi a possibilidade de mudança nas regras para concessão da cidadania portuguesa. A AD, que lidera o atual governo, defende aumentar de cinco para até dez anos o tempo mínimo de residência para imigrantes solicitarem a nacionalidade.
Este foi o terceiro pleito legislativo em três anos no país, resultado de uma crise política contínua marcada pela renúncia do socialista António Costa em 2023 e pela queda do governo de Montenegro em março deste ano.
No entanto, ao contrário da última eleição, o pleito desta vez teve uma participação maior do eleitorado. Segundo dados oficiais, a a taxa de abstenção ficou em cerca de 35%, ante 40% no ano passado, e a mais baixa em 30 anos.