Dino recua da indicação de lavajatista para direção da PRF e anuncia novo nome

Na quarta-feira (21), o futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou a substituição do nome de Edmar Camata, 41 anos, indicado para direção geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O novo nome apresentado para a pasta é o de Antônio Fernando Oliveira, policial rodoviário que atua na corporação desde 1995.

“Estamos fazendo uma substituição do diretor da PRF. Nós tivemos uma polêmica e entendemos que seria mais adequado a substituição. A nova indicação será para Antônio Fernandes Oliveira, policial rodoviário federal”, disse Dino, em coletiva.

De acordo com Dino, a decisão da mudança foi exclusivamente dele, por causa da polêmica que se formou em torno do nome de Camata, que poderia atrapalhar na função para a qual foi escalado.

“Levamos em conta menos as visões pretéritas e levamos em conta mais presente e futuro, mas precisamos olhar para o futuro, se aquele ou aquela líder tem condições políticas para liderar equipe. Óbvio que em meio às polêmicas, acaba por dissipar energias em uma área que precisa de foco”, explicou o futuro ministro.

Entenda a mudança

A indicação de Camata recebeu críticas de setores do PT e de partidos aliados ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, por causa da atuação do delegado em defesa da Operação Lava Jato e de postagens em redes sociais elogiando, em 2018, a prisão de Lula.

Servidor concursado da PRF, Camata é mestre em Políticas Anticorrupção pela Universidade de Salamanca, com especializações em Gestão Integrada em Segurança Pública e em Ministério Público e Defesa da Ordem Jurídica. Nos anos 2000, criou o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), organização não-governamental que participou da campanha “10 Medidas contra a Corrupção”, impulsionada pelo ex-procurador Deltan Dallagnol.

Ao anunciar a troca, Flávio Dino disse que a decisão ocorreu porque as críticas afetariam o trabalho de Camata. “A questão é que não foi um julgamento sobre o que ele achava [da Lava Jato], mas em face da polêmica, claro que no futuro [Camata] não teria condições para se dedicar como nós gostaríamos”, justificou.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Wemilly Moraes