Eliziane Gama pede indiciamento de Bolsonaro

Relatora da CPMI dos Atos de 8 de Janeiro, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) apresentou nesta terça-feira (17) o relatório final produzido pelo colegiado. O texto, que conta com mais de 1.300 páginas, pede o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de cinco ex-ministros dele, e de quatro ex-auxiliares.

Durante leitura da introdução do documento, Eliziane sustentou que as investigações, depoimentos e documentos evidenciaram o nome do ex-chefe do Executivo.

– Com os resultados das urnas e dispostos a tudo para impor a todos os brasileiros o seu projeto de poder, cerca de 5 mil vândalos invadiram, depredaram e saquearam o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal. Nosso objetivo nessa comissão mista de inquérito foi entender como isso aconteceu. As investigações aqui realizadas, os depoimentos e os documentos recebidos permitiram que chegássemos a um nome em evidência e a várias conclusões. O nome é Jair Messias Bolsonaro. Como se verá nas páginas que se seguem, a democracia brasileira foi atacada e as massas manipuladas – declarou a senadora.

Eliziane ainda sustentou que o 8 de janeiro tratou-se de uma “mobilização coordenada” e defendeu que “houve método na invasão”.

– Autoridades protegeram manifestantes. O 8 de janeiro não foi ordeiro e pacífico. Proposta não era ocupar, mas depredar. Bolsonaristas radicais agrediram policiais, defecaram e urinaram nas sedes dos poderes. Foi uma tentativa propositada de golpe de Estado, provocar o caos e até mesmo, se necessário, uma guerra civil (…) Não foi um movimento espontâneo ou desorganizado. Foi uma mobilização idealizada, planejada e preparada com antecedência – salientou a senadora.

No total, o relatório pede o indiciamento de 61 pessoas. Entre os nomes que pertencem ao círculo de Bolsonaro, estão o do ex-ministro da Casa Civil e Defesa, Walter Souza Braga Netto; do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno; do ex-ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira; do ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira; do ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos; do ex-comandante do Exército, general Freire Gomes; do ex-ajudante de ordens, general Mauro Cid; do major Ailton Gonçalves Moraes Barros; do ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, Antônio Elcio Franco Filho; e do coronel Jean Lawand Júnior.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Wemilly Moraes