O CEO da Tesla, Elon Musk, revelou na quinta-feira (10) sua visão de um “futuro divertido e empolgante”, uma “era de abundância” cheia de carros autônomos de sua empresa, sem volantes, com estacionamentos transformados em parques e robôs caminhando entre a população — que ele prometeu novamente que estariam disponíveis em poucos anos.
Esses planos, e a revelação dos designs de seus robotáxis, aconteceram em um evento glamoroso na Califórnia, repleto do tipo de hype que construiu uma base de fãs dedicada aos veículos elétricos da Tesla (TSLA). O encontro apresentou modelos do robotáxi, bem como um Robovan, um veículo autônomo projetado para transportar um grupo maior de pessoas ou itens.
Os designs têm uma estética futurista metálica e brilhante, típica de ficção científica. O próprio Musk fez referência ao clássico filme de ficção científica “Blade Runner”, embora tenha dito que queria que sua versão dos próximos anos fosse mais alegre do que aquele filme noir distópico.
Musk é famoso por prometer prazos curtos que levam anos, ou mais, para serem alcançados. Ele havia previsto cinco anos atrás que sua frota de robotáxis estaria a apenas um ano de distância. Durante sua apresentação no estúdio da Warner Bros. na noite de quinta-feira, ele até admitiu: “Tendo a ser um pouco otimista com prazos.”
O evento de lançamento desses produtos, que foi transmitido ao vivo para milhões de espectadores em sua plataforma de mídia social, X, começou com 53 minutos de atraso.
Mas o atraso pareceu importar pouco para o público presente, que aguardava ansiosamente a chance de andar nos 50 veículos autônomos que circulavam pelo estúdio. Eles continuaram a aplaudir Musk durante sua apresentação relativamente curta de 20 minutos.
A Tesla oferece há algum tempo o que chama de Full Self-Driving (FSD), atualmente com preço de cerca de R$ 45 mil, como uma opção em seus carros. Mas, apesar do nome, a Tesla diz que os motoristas precisam continuar sentados no banco do motorista, prontos para assumir o controle do veículo, mesmo quando em modo FSD.
Musk disse na quinta-feira que os Teslas com FSD seriam capazes de operar onde os reguladores estaduais permitirem, sem intervenção humana, prevendo que isso aconteceria na Califórnia e no Texas até o próximo ano. Ele também revelou o Cybercab, um veículo sem volante, acelerador ou pedais de freio, projetado especificamente para transportar passageiros sem a presença de um motorista, que, segundo ele, deverá estar em produção até 2026.
“Vai ser como sentar em um confortável lounge,” disse ele. “Sim, vai ser incrível.”
Ele afirmou que o Robocab, ao contrário de outros veículos elétricos, não teria plugue, mas seria carregado ao passar sobre uma placa de carregamento. Também mostrou um veículo maior que, segundo ele, poderia transportar até 20 passageiros ou mercadorias, ao qual chamou de “Robovan”, embora não tenha dado um prazo para a introdução desse veículo.
Musk disse que, além da Tesla vender passeios em sua própria frota de robotáxis autônomos, estes reduziriam o custo de propriedade para os compradores da Tesla, pois eles poderiam alugar seus carros para passeios quando não estivessem dirigindo, usando o serviço da Tesla para organizar as corridas.
O serviço planejado não apenas competiria com serviços da Uber e Lyft que utilizam motoristas humanos, mas também com outros serviços autônomos que estão sendo testados por empresas como a Waymo, do Google. Na verdade, esses outros serviços de robotáxis autônomos já estão bem à frente da oferta planejada pela Tesla, disse a jornalista de tecnologia e colaboradora da CNN, Kara Swisher, que chamou o design do robovan da Tesla de “uma linda torradeira sobre rodas”.
“Eu uso o serviço da Waymo sempre que vou a São Francisco há muito tempo”, disse Swisher à CNN na quinta-feira à noite, após o evento. “Eles dirigiram milhões de milhas. Elon só tem falado sobre isso. Eu gostaria de vê-lo colocar algo na estrada. Estou muito animada com veículos autônomos. Mas ele tem prometido isso há muito tempo, enquanto outros já entregaram.”
“Isso é típico dele”, disse ela. “Ele faz um anúncio gigante e depois não se vê nada. Ele fez coisas incríveis, e acho que isso faz parte disso. Mas, neste caso, há coisas na estrada agora que estão funcionando, da Google, da Amazon e de outros.”
CNN Brasil
