O bilionário Elon Musk, dono da rede social X – que está suspensa no Brasil –, chamou governo de centro-esquerda da Austrália de “fascista” na quinta-feira (12). O ataque, por meio da rede social, foi feito depois da proposta de lei que prevê multas para as empresas de mídia social que não conseguirem impedir a disseminação de desinformação online, informou a Reuters.
Pelo projeto, o governo australiano poderá multar as plataformas em até 5% de sua receita global por permitir a desinformação, alinhando-se a um movimento mundial para controlar gigantes da tecnologia. A lei proposta exigiria que as plataformas de tecnologia estabelecessem códigos de conduta para evitar a disseminação informações falsas que fossem aprovadas por um regulador – responsável por definir os padrões e aplicação de multas.
Segundo a agência, Musk, que se vê como um defensor da liberdade de expressão, respondeu a uma postagem de um usuário do X que vinculava a história da Reuters sobre a lei de desinformação com uma palavra: “Fascistas”.
Um porta-voz da ministra de Comunicações, Michelle Rowland, disse por e-mail que as empresas que operam na Austrália devem cumprir as leis australianas.
“Este projeto de lei melhora a transparência e a responsabilidade das plataformas para os usuários e para o povo australiano”, disse Rowland.
O comentário de Musk sobre o combate à desinformação gerou críticas de outros políticos.
“Elon Musk teve mais posições sobre liberdade de expressão do que o Kama Sutra. Quando é de seu interesse comercial, ele é o campeão da liberdade de expressão e quando não gosta, ele vai acabar com tudo”, disse o Ministro dos Serviços Governamentais, Bill Shorten, ao programa matinal da Channel Nine.
Em um confronto anterior com o governo australiano, o X processou o regulador cibernético em abril para contestar uma ordem para a remoção de algumas postagens sobre o esfaqueamento de um bispo em Sydney, levando o primeiro-ministro, Anthony Albanese, a chamar Musk de “bilionário arrogante”.
O X havia bloqueado os usuários australianos de visualizar as postagens sobre o esfaqueamento, mas se recusou a removê-las globalmente com base no argumento de que as regras de um país não deveriam controlar a internet.
G1.com