O candidato presidencial da oposição venezuelana, Edmundo González, não compareceu, nesta sexta-feira (30), à terceira intimação que lhe foi emitida para depor ao Ministério Público (MP) e corre risco de ser preso.
A Procuradoria-Geral da Venezuela exige que ele preste contas sobre o site “Resultados com VZLA”, que publicou parte das atas eleitorais das eleições presidenciais de 28 de julho e aponta vitória da oposição.
O Ministério Público emitiu a terceira intimação na quinta-feira (29), após González não ter comparecido às duas anteriores, na segunda (26) e terça-feira (27). O Ministério Público pediu para González comparecer nesta sexta-feira, às 10h, horário local (11h, horário de Brasília), mas o ex-embaixador não compareceu.
Este fato abre a porta para que a representação do Estado solicite uma ordem judicial para orientar as forças de segurança a encontrar González e levá-lo para prestar depoimento.
“De acordo com as leis venezuelanas, se este cidadão não comparecer no gabinete da procuradoria-geral na data indicada, será emitido o mandado de prisão respectivo, considerando que se encontra em presença de risco de fuga (…) e perigo de obstacularização”, advertiu o Ministério Público ao fazer a terceira intimação.
O ex-embaixador é investigado pelos crimes de usurpação de funções, falsificação de documentos públicos, instigação à desobediência às leis, associação para a prática de crime e formação de quadrilha.
O Ministério Público atribui estes crimes a ele porque o site “Resultados com VZLA”, que pertence à Plataforma Democrática Unitária (PUD), publicou atas das eleições que mostraram que González derrotou o presidente Nicolás Maduro com mais de 37% de vantagem com 83,5% das atas contabilizadas.
A oposição afirma que González é o verdadeiro vencedor das eleições de 28 de julho, nas quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou Maduro vencedor sem que as atas tenham sido publicadas até agora, mais de um mês depois da votação.
CNN Brasil