O governo do presidente Lula deve receber nesta segunda-feira (05), o coordenador para Sanções do governo, enviado de Donal Trump, David Gamble. Ele tem encontros previstos com parlamentares de direita, além de reuniões no Itamaraty e no Ministério da Justiça.
A embaixada dos Estados Unidos não divulgou detalhes da agenda do representante do governo norte-americano, mas afirmou, em nota, que “o Departamento de Estado dos Estados Unidos enviará uma delegação a Brasília, chefiada por David Gamble, chefe interino da coordenação de Sanções”.
“Ele participará de uma série de reuniões bilaterais sobre organizações criminosas transnacionais e discutirá os programas de sanções dos EUA voltados ao combate ao terrorismo e ao tráfico de drogas”, disse a embaixadas.
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A visita do enviado de Trump ao governo Lula tem por objetivo, avaliar se há ações no Brasil que, na visão do governo Trump, possam restringir a liberdade de expressão de jornalistas e políticos de direita. Além disso, uma visita ao ex-presidente Jair Bolsonaro também está prevista, segundo o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro.
Frentes para punir Moraes
O trumpismo e o bolsonarismo articulam, atualmente, três frentes distintas nos EUA com o objetivo de pressionar por sanções contra o ministro Alexandre de Moraes.
Em primeiro lugar, essa estratégia envolve a aplicação da Lei Magnitsky, a qual permite aos EUA sancionar indivíduos, em qualquer parte do mundo.
A segunda alternativa, por sua vez, é acionar o instrumento conhecido como “No Censors on Our Shores Act” (“Lei sem Censores nas Nossas Costas”, em tradução livre). Essa legislação prevê punições a autoridades estrangeiras que, segundo avaliação americana, ataquem ou restrinjam a liberdade de expressão.
Dessa forma, o grupo busca apoio político e institucional dentro dos Estados Unidos para pressionar por medidas concretas contra o magistrado.
Por fim, apoiadores de Trump e Bolsonaro sustentam que Moraes se enquadra nas duas legislações.