Polêmica e questionada por diversos linguistas, a chamada linguagem neutra vem sendo utilizada em cerimônias oficiais de ministérios do governo Lula nos últimos dias. Nesta segunda (2) e terça-feira (3), o termo “todes”, por exemplo, foi usado nos eventos de apresentação de diversos ministros.
Na segunda, em seu primeiro discurso, o próprio ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, começou sua fala com a frase: “Boa tarde a todas, a todos e a todes”. A cerimônia de apresentação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também teve o uso do termo “todes”, que foi utilizado pela cerimonialista, mas o chefe da pasta não usou a expressão.
O mesmo ocorreu nas cerimônias de posse dos ministros dos Direitos Humanos, Silvio Almeida; da Cultura, Margareth Menezes; e das Mulheres, Cida Gonçalves. Na cerimônia do Ministério da Cultura, o uso da expressão foi feito pela primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja.
O uso da linguagem neutra é defendido por ativistas e movimentos LGBTQIA+ sob a alegação de que essa seria uma forma de tornar o idioma inclusivo para pessoas transexuais, travestis, não-binárias e intersexo. Na prática, o mecanismo é utilizado com a substituição do artigo masculino pelas letras “x” e “e” ou pelo símbolo “@”.
A linguagem, no entanto, não parece ser uma unanimidade dentro do governo. A nova ministra do Turismo, Daniela Carneiro, foi uma das autoras, enquanto deputada federal, de um projeto de lei que proíbe o uso da linguagem neutra em escolas públicas e privadas. O projeto está parado na Câmara.