A prefeita da cidade maranhense de Vitorino Freire, Luanna Rezende, irmã do ministro Juscelino Filho (Comunicações), é alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) que cumpre diversos mandados contra supostos desvios na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), realizada nesta sexta-feira (1°).
Luanna, que está no segundo mandato como prefeita, foi afastada do cargo por decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). Juscelino Filho, por sua vez, é investigado no caso, mas não é alvo de mandados. A Polícia Federal (PF) chegou a solicitar de Barroso a realização de buscas contra Juscelino Filho, mas o ministro negou o pedido.
Em janeiro deste ano, o jornal O Estado de São Paulo revelou que Juscelino Filho direcionou R$ 5 milhões do orçamento secreto para a Prefeitura de Vitorino Freire asfaltar uma estrada de terra que passa em frente à sua fazenda, no município maranhense. A pedido do ministro das Comunicações, durante seu mandato como deputado federal, os recursos foram para a prefeitura da irmã.
No entanto, a empresa contratada pelo município para realizar a obra é de um amigo de longa data do ministro. Além disso, o engenheiro da Codevasf que assinou o parecer autorizando o valor orçado para a pavimentação foi indicado pelo grupo político do parlamentar.
SOBRE A OPERAÇÃO
Segundo a PF, a operação, intitulada de Benesse, que é um desdobramento da Operação Odoacro, tem como finalidade desarticular uma organização criminosa estruturada para promover fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, envolvendo verbas federais da Codevasf.
A principal empresa apontada no esquema é a Construservice, cujo sócio oculto é Eduardo Costa Barros, preso na primeira fase da Odoacro. Segundo a PF, ele comandava um esquema de lavagem de dinheiro realizado a partir do desvio de verba pública, por meio de fraudes em licitações.
Essa é a primeira operação da PF envolvendo um ministro do governo Lula. No total, segundo a corporação, são cumpridos 12 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Luís, Vitorino Freire e Bacabal, todas no Maranhão. As medidas foram autorizadas pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).