Enquanto tremores sacudiam o chão em partes do oeste do Japão na quinta-feira (8), órgãos governamentais locais e nacionais entraram em ação imediata.
Meteorologistas se reuniram e emitiram um aviso temporário de tsunami. Um comitê especial alertou que outro “grande terremoto” poderia ocorrer na semana seguinte – a primeira vez na história do órgão em que foi emitido esse tipo de aviso nacional.
Trens de alta velocidade foram mais devagar como precaução, causando atrasos nas viagens, e o primeiro-ministro do país cancelou suas viagens ao exterior. No final, o governo suspendeu a maioria dos avisos e relatou nenhum dano significativo do terremoto de magnitude 7.1.
No entanto, grande parte do país continua em alerta máximo, preparando-se para uma possível emergência durante o que normalmente é a alta temporada de viagens durante as férias de verão – refletindo o foco preciso do Japão na preparação para terremotos.
Alguns especialistas questionaram se tal aviso é necessário ou mesmo preciso – e se corre o risco de desviar recursos de comunidades consideradas de menor risco. O Japão já conhece terremotos severos. Ele está localizado no Cinturão de Fogo, uma área de intensa atividade sísmica e vulcânica em ambos os lados do Oceano Pacífico. “O Japão está situado nas fronteiras de quatro placas tectônicas, o que o torna uma das áreas mais propensas a terremotos no mundo”, disse Shoichi Yoshioka, professor da Universidade de Kobe no Japão.
“Cerca de 10% dos terremotos de magnitude 6 ou mais ocorrem no Japão ou em suas proximidades, então o risco é muito maior do que em lugares como a Europa ou a costa leste dos Estados Unidos, onde os terremotos são raros”, acrescentou Yoshioka.
O pior terremoto da história recente do Japão foi o terremoto de Tohoku, de magnitude 9.1, em 2011, que desencadeou um grande tsunami e um desastre nuclear. Cerca de 20 mil pessoas morreram.
Além disso, há a ameaça iminente do megaterremoto do canal submarino Nankai Trough – o mais poderoso de seu tipo, com magnitudes que podem superar 9. Os sismologistas dizem que isso pode ocorrer potencialmente dentro de algumas décadas, embora a ciência ainda seja debatida.
O “grande terremoto”
A Nankai Trough é uma zona de subducção de 700 quilômetros de comprimento, que se refere ao momento em que placas tectônicas deslizam uma sob a outra.
A maioria dos terremotos e tsunamis do mundo é causada pelos movimentos das placas tectônicas – e os mais poderosos frequentemente ocorrem em zonas de subducção.
Neste caso, a placa tectônica sob o Mar das Filipinas está lentamente deslizando sob a placa continental onde o Japão está localizado, movendo-se vários centímetros a cada ano, de acordo com um relatório de 2013 do Comitê de Pesquisa de Terremotos do governo.
Na Nankai Trough, terremotos severos têm sido registrados a cada 100 a 200 anos, de acordo com o comitê. Os últimos terremotos desse tipo ocorreram em 1944 e 1946, ambos com magnitude 8.1; devastaram o Japão, com pelo menos 2.500 mortes e milhares de feridos, além de dezenas de milhares de casas destruídas.
Com informações de CNN Brasil