Katy Perry vai além dos palcos e atinge as estrelas, literalmente. Confirmada na próxima missão turística da Blue Origin em 2025 a cantora se junta a uma tripulação totalmente feminina, para uma viagem suborbital que já entrou para a história, antes mesmo de decolar. Mais do que uma celebridade em busca de novas experiências, Katy assume um papel de protagonista num cenário ainda dominado por narrativas masculinas, “a conquista do espaço”.

A escolha de Katy Perry para o voo carrega significados importantes. O espaço sempre pareceu distante para mulheres, para os artistas e civis em geral. Ver Katy, que construiu sua carreira desafiando padrões, nesse contexto é algo simbólico. Ela conquista um espaço antes reservado a cientistas, nerds, militares e astronautas experientes. A imagem de Katy Perry no espaço é, no mínimo, curiosa, estimulante e poderosa. Ela inspira outras mulheres a enxergar que o impossível pode ser reformulado.
No entanto, nem tudo é festa. A viagem, que dura apenas 11 minutos e custa uma pequena fortuna, virou alvo de críticas severas. Figuras públicas como Olivia Munn não pouparam palavras, chamando a missão de “glutona” num mundo que enfrenta crises econômicas e sociais urgentes. Para os críticos, a empreitada simboliza o ápice da desconexão entre o entretenimento de elite e a realidade do resto do planeta.
Mas será que essa crítica faz justiça?
Sim, a missão é carissíma. Sim, a duração é breve. Contudo ela aconteceria com ou sem Katy Perry, não é mesmo? O que importa aqui, vai além do preço da viagem. Kate levará valores e significados importantes ao espaço, junto com outras mulheres. Ao embarcar uma artista pop, não uma astronauta tradicional, envia-se uma nova mensagem ao universo. Novas fronteiras pertencem a todos, não só a cientistas, nerds, militares ou bilionários.
Katy Perry sempre transitou bem entre a arte e o espetáculo, entre crítica e admiração. Seu voo na Blue Origin não é diferente. Não seria nenhum exagero afirmar que, acima de tudo, é um gesto de provocação. O espaço pode ser um playground para sonhos de todos os tipos, inclusive os artísticos.

Num mundo que precisa tanto de novos imaginários quanto de soluções práticas, veja que é possível fazer as duas coisas. Já é possível até cantar “Firework” enquanto se vê a curvatura da Terra lá do alto.
O que vejo é que: entre aplausos e vaias, Katy decola! Gostem ou não, ela leva consigo uma parte dos nossos desejos e quem sabe, do nosso futuro.
1 Comment
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[…] Ser autêntico já não é apenas uma escolha; É o maior ato de beleza.Mais do mesmo autor: Katy Perry, entre o céu e as críticas […]
Pensei a mesma coisa, ainda bem que temos bons colunistas aqui.