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Ladrões de Velhinhos: O Escândalo Que Pode Enterrar o Governo Lula

Trocar Carlos Lupi por Wolney Queiroz no Ministério da Previdência é como pintar o para-choque de um carro batido e dizer que está novo. É maquiagem política, e das baratas. A crise dos descontos ilegais nas aposentadorias — uma ferida aberta que sangra a confiança dos brasileiros mais vulneráveis — segue sem curativo. Pior: o governo Lula se arrisca a pegar em cheio a alcunha mais devastadora possível para quem se diz do povo — ladrão de aposentado.

E por favor, sejamos honestos: Wolney Queiroz não é uma ruptura. É uma reciclagem. É o assistente promovido ao cargo do chefe que caiu em desgraça, mas continua atendendo às mesmas ordens. “Seis por meia dúzia” seria elogio. O novo ministro não tem brilho próprio e deve manter o mesmo script que levou o ministério ao epicentro de uma das maiores crises éticas deste mandato.

O que temos aqui é um governo que escolheu o pragmatismo da governabilidade — leia-se: manter os 17 votos do PDT — à custa da sua narrativa moral. O PT que já foi a esperança do povo, agora hesita em punir quem desvia do idoso. É grave. E o medo do Planalto não é com a justiça. É com o marketing. Porque se essa bomba estourar, Lula pode virar sinônimo de estelionato institucional.

A cereja podre desse bolo é a PF já suspeitar que a cúpula do INSS ignorou deliberadamente os alertas da CGU. E, por mais que tentem empurrar a culpa para o governo Bolsonaro — que de fato tem telhado de vidro grosso — essa bomba tem temporizador e endereço: o Palácio do Planalto.

Se o ex-presidente do INSS resolver abrir a boca, pode não sobrar nem escombro. O fantasma da Lava Jato ainda assombra Brasília — e há quem diga que esse novo escândalo tem potencial para ser ainda mais radioativo.

No fim das contas, o brasileiro, que mal consegue sobreviver com um salário mínimo, descobre que seu maior algoz talvez não seja o mercado, nem a inflação, mas o próprio Estado — aquele que deveria proteger sua velhice. E isso, meus caros, não se esquece em uma eleição.

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Reinaldo Luzzan

Escritor e colunista

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