Cristãos estão relatando que em meio à guerra civil do Sudão do Sul, muitos estão abertos a ouvir o Evangelho e conhecer Jesus. Durante os conflitos no país, há testemunhos de salvação e batismo.
A Empower One — organização de plantação de igrejas e ministério humanitário com várias unidades na África — informou que, de junho a agosto, cerca de 103 pessoas aceitaram Jesus e pelo menos 27 foram batizados por meio do trabalho apoiado pela instituição que atende refugiados sudaneses, Send Relief.
Um refugiado muçulmano sudanês disse que era o homem mais rico de sua aldeia antes de perder tudo o que possuía.
“Perdi tudo, mas sei que foi bom porque agora encontrei Deus”, disse ele a Zach Potts, da Empower One.
“E três dias depois ele foi a um culto na igreja no Sudão do Sul e entregou sua vida ao Senhor,” contou Potts à Baptist Press.
“É uma situação horrível, mas há muitas pessoas que estão conhecendo Jesus”, acrescentou.
Com milhares de refugiados fugindo da guerra, os cristãos têm a oportunidade de distribuir alimentos nas mesquitas.
“Estamos distribuindo comida na mesquita local. As mesquitas convidaram nossos pastores para servir refeições lá, porque muitos refugiados estão dormindo em suas instalações”, disse Potts.
“O povo do Sudão sofreu uma tragédia inimaginável”, relatou Joy Ngozi Ezeilo, membro de uma missão de investigação da ONU.
E continuou: “Um cessar-fogo sustentável deve ser priorizado para interromper os combates nos quais a população civil está presa e permitir a entrega eficaz de assistência humanitária muito necessária a todos, independentemente de sua localização”.
Servindo às vítimas
Segundo Potts, o trabalho de extensão da Send Relief neste verão incluiu quatro locais operados pela Empower One, onde os voluntários forneceram alimentos, cobertores, mosquiteiros, lonas e outros itens para 5.000 refugiados e deslocados internos.
“As salvações aconteceram depois que 2.880 pessoas ouviram o Evangelho”, disse ele e destacou que, como parte de um alcance duradouro, a Empower One plantou três igrejas entre os refugiados.
A Empower One construiu o Centro de Extensão da Escola Bíblica em 2020 com a ideia de treinar homens para enviar ao Sudão para plantar igrejas. No entanto, a guerra colocou esses planos em espera.
“Agora, os muçulmanos estão vindo para essas regiões e sendo recebidos por cristãos que têm um pouco de treinamento bíblico e são capazes de fornecer apoio e eles estão dizendo aos nossos rapazes: ‘Não tínhamos ideia de que os cristãos eram legais. Disseram a nós a vida toda que eles são maus’”, contou Potts.
De acordo com estatísticas de 2020 do Pew Research Center, muitos sudaneses nunca tiveram contato com cristãos em um país onde 91% da população é muçulmana. Apenas cerca de 5,4% se identificam como cristãos, enquanto o restante adota religiões indígenas ou não se afilia a nenhuma religião.
Em 2023, Potts, sua esposa Callie e seus cinco filhos passaram os meses de junho e julho no Sudão do Sul.
Apesar do atual alerta de nível 4 de “Não Viajar do Departamento de Estado dos EUA para o Sudão do Sul”, Potts afirmou que tem uma rede de amigos e parceiros de confiança que tornaram a viagem viável.
Para ele, a presença de sua família serviu como um testemunho para abrir portas para o Evangelho:
“Várias vezes fomos parados na rua e nos disseram: ‘Ninguém nunca traz seus filhos e isso nos mostra que você confia em nós’. Isso me impactou, porque não é fácil levar sua família para lá”, disse Potts.
E continuou: “Passar tempo com aqueles que vivem na pobreza e ouvir suas necessidades é uma ferramenta ministerial valiosa. É um impulso para a pessoa deles e para quem eles são como portadores da imagem de Deus”.
“O encorajamento que alguém nessa situação sente quando um visitante aparece e ouve sua história e mostra a eles que eles são valiosos. Você não pode fazer isso a distância”, concluiu Potts.