Após a repercussão de imagens nas quais apareceu abraçado e sorrindo com o ministro da Justiça, Flávio Dino, cujo nome foi aprovado pelo Senado para se tornar membro do Supremo Tribunal Federal (STF), o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) foi aconselhado por uma pessoa próxima a não tornar público um eventual apoio a Dino.
O conselho em questão aparece em mensagens de WhatsApp registradas por fotógrafos que acompanhavam a sabatina de Dino na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Nas mensagens, uma pessoa identificada apenas como Mestrão começa dizendo que “o coro está comendo” nas redes após as fotos de Moro e Dino sorrindo circularem na internet.
Em seguida, o contato tranquiliza o parlamentar e diz: “Fica frio que já já passa”. Por fim, ele orienta o político a não tornar público um eventual apoio ao nome de Dino: “Não pode ter vídeo de você falando que votou a favor, se não isso vai ficar a vida inteira rodando”.
Após as mensagens de seu conselheiro, Moro responde: “Blz [Beleza]. Vou manter meu voto secreto, é um instrumento de proteção contra retaliação”. Durante a sabatina na CCJ, o senador comentou a repercussão das fotos em que aparecia sorrindo ao lado de Dino.
– Eu fui até aí cumprimentá-lo [Dino], acho que é um dever de cordialidade e civilidade. Vossa excelência me perguntou algo, eu achei graça e dei uma risada. Tiraram várias fotos, já está viralizando, como se isso representasse minha posição – justificou.
Procurado, Moro informou, por meio de sua assessoria, que a pessoa com quem conversou pelo celular “sem ter informação do voto do senador fez a sugestão somente porque distorceram o posicionamento do parlamentar nas redes após cumprimento ao ministro Dino”. Em resposta, o parlamentar disse que iria manter o sigilo do voto. Ele não quis revelar quem seria o Mestrão.