No dia 31 de outubro, comemora-se os 506 anos da Reforma Protestante, que foi um movimento religioso do século XVI, período em que a fé cristã se viu envolvida numa profunda crise, onde a leitura da Bíblia ficava restrita apenas aos clérigos, sendo paulatinamente substituída pelos amuletos, misticismo, e pelas crendices populares. Sendo que neste período, a Bíblia somente era lida em latim pelos padres, se tornando para a maioria das pessoas um documento misterioso.
Portanto, o contexto histórico da Idade Média foi marcado pela imposição da teologia do medo, onde o clero católico demonizava tudo que fosse contrário aos dogmas da Igreja, sendo que neste período, a igreja ensinava alguns temas controvertidos tais como a venda de indulgências, o uso de amuletos, e histórias com fundo manipulativo. De acordo com Reinaldo José Lopes:
“Os críticos atacavam a vida de riqueza e decadência dos líderes católicos e ficavam exasperados com a maneira como os altos cargos da hierarquia eclesiástica (que muitas vezes eram acompanhados pela posse de ricos feudos) viravam moeda de troca política. Mas o hábito que provavelmente mais escandalizava os intelectuais era a venda de indulgências. Com doações à Santa Sé, os cristãos mais abastados podiam, através de rezas por encomenda, reduzir o tempo no Purgatório e agilizar sua ida ao Paraíso – era quase como comprar um lugar no céu.”
Contudo, com o passar do tempo, começou a haver um desgaste destas práticas e assim, tem início o período conhecido como Pré-Reforma, que se pode justificar pela crise moral do papado, pela revolta dos camponeses contra os senhores feudais, e pelo movimento do Renascimento, eventos que foram fundamentais para a Reforma Protestante, já que Lutero confrontava-se com as consequências desastrosas do negócio das indulgências, um dos pilares da sustentação financeira da instituição Igreja.