As mulheres no Brasil dedicam quase o dobro do tempo em relação aos homens com afazeres domésticos e cuidados com pessoas. É o que aponta a terceira edição do levantamento “Estatísticas de Gênero: Indicadores sociais das mulheres no Brasil”, divulgado nesta sexta-feira, 8, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Segundo a pesquisa, em média, as mulheres passam 21,3 horas por semana nessas atividades, enquanto os homens dedicam apenas 11,7 horas.
O estudo revela ainda as diferenças regionais, com a maior disparidade de tempo entre os gêneros sendo encontrada na na região Nordeste, onde as mulheres gastam em média 23,5 horas semanais, enquanto os homens dedicam 11,8 horas. Já no Centro-Oeste, os índices são os mais baixos, com as mulheres dedicando em média 18,9 horas por semana e os homens 10,4 horas. Além disso, o recorte por cor ou raça também possibilita verificar essa diferença entre mulheres. As mulheres pretas ou pardas gastavam 1,6 hora a mais por semana nessas tarefas do que as brancas.
Segundo o estudo, a dedicação maior das mulheres a atividades domésticas acaba limitando a participação feminina no mercado de trabalho. A pesquisa conclui que, ainda que representem mais da metade das pessoas em idade para trabalhar, a taxa de participação das mulheres na força de trabalho foi de 53,3%, enquanto a dos homens era de 73,2%, o que representa uma diferença de 19,9 pontos percentuais (p.p.). “Há uma relação dessa diferença com o fato de as mulheres se dedicarem mais às tarefas de cuidados e afazeres domésticos. Isso impede que elas participem mais do mercado de trabalho”, explica André Simões, analista do estudo.