
Você já se perguntou por que tantas empresas fecham nos primeiros anos de vida? Segundo o Sebrae, cerca de 29% das microempresas encerram suas atividades em até cinco anos. Dentre as causas, a má gestão de recursos humanos, ou seja, a falta do olhar estratégico para RH.
Muitos acreditam que o cuidado com as pessoas dentro de uma empresa deve surgir apenas quando ela está crescendo e precisando de mais gente. Pelo contrário, quanto mais enxuto for o time, maior deve ser o olhar para quem faz parte dele. Além disso, o primeiro cliente de uma empresa é o cliente interno.
Grandes empresas podem investir em projetos e ferramentas até entenderem o que funciona. Já os pequenos empreendedores precisam sobreviver antes de pensar em crescer. Dessa forma, eles enfrentam desafios como manter a equipe engajada, dificuldades na contratação e retenção de bons profissionais, muitas vezes devido a uma comunicação falha.
Por isso, agir de maneira estratégica é vital para a sobrevivência do negócio. Você não precisa de um departamento de RH inicialmente para cuidar desse ativo; apenas precisa ser mais estratégico do que apenas gerenciar folha de pagamento, férias e controle de ponto.
O que seria um olhar estratégico para RH e os seus impactos no dia a dia?
Tudo começa com o alinhamento de expectativas entre empresa e colaborador, desde o processo de contratação. Garantir que quem está ali enxerga a oportunidade de contribuir com a empresa como um passo importante na sua trajetória profissional faz toda a diferença na entrega. Não será alguém que olha apenas para salário e benefícios. Propósito não paga contas, mas a motivação para enfrentar os dias difíceis e a pressão virá do motivo pelo qual o colaborador está ali. Se ele conseguir enxergar o porquê de estar fazendo o que faz, estará mais disposto a suportar os desafios do processo. Isso só será possível se as expectativas e os valores estiverem alinhados aos da empresa.
Outro ponto importante é criar rituais de acompanhamento do time. Não se trata apenas de chamar alguém para apontar erros após um problema que prejudicou a empresa inteira, mas sim de estabelecer agendas de feedback, metas e estratégias. Isso ajudará a manter o time focado no que precisa ser feito, clareando o caminho para onde todos andam juntos de maneira transparente e dando oportunidade para que talentos assumam o protagonismo, em vez de sempre esperar orientações.
De amigo para amigo, se você é dono de um pequeno negócio, comece pelo simples: faça reuniões quinzenais para ouvir sua equipe e alinhar prioridades. Assim, o RH estratégico começa pela escuta. Se você acredita que, no papel de líder, precisa ser a pessoa que mais sabe da equipe, está completamente enganado.
Se tirarmos as pessoas de uma empresa, tudo o que sobra são computadores, impressoras e equipamentos que, por si só, não geram valor. Cuide de maneira estratégica do ativo mais valioso da sua empresa num mundo onde a tendência é ‘desumanizar’.
Leitura complementar:
- Para mais artigos sobre negócios, acesse: https://r92.com.br/category/opiniao/op-negocio/
- Confira a pesquisa do Sebrae sobre a sobrevivência das empresas no Brasil: https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/a-taxa-de-sobrevivencia-das-empresas-no-brasil,d5147a3a415f5810VgnVCM1000001b00320aRCRD