No começo da noite de terça-feira (20), a jornalista Ana Carolina Guaita, que integra portal de notícias independente venezuelano La Patilla, foi sequestrada por agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (SEBIN) do regime de Nicolás Maduro na cidade de Maiquetía, no estado de Vargas, na Venezuela.
A oposição venezuelana classificou como sequestro a detenção de Guaita pelos agentes do regime chavista porque ela ocorreu sem a apresentação de uma ordem judicial e em circunstâncias que geraram preocupação entre organizações de direitos humanos e entidades de imprensa.
Segundo o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Imprensa (SNTP) da Venezuela, Guaita foi levada de sua residência, que fica localizada no bairro chamado El Rincón, por volta das 18h. O sequestro da jornalista foi confirmado por seus familiares e amplamente divulgado nas redes sociais.
A advogada e defensora dos direitos humanos na Venezuela, Tamara Sujú, relatou que Guaita foi sequestrada por agentes que estavam em um veículo branco, e, até o momento, seu paradeiro permanece desconhecido.
Segundo informações do site Efecto Cocuyo, o diretor do portal La Patilla, Alberto Ravell, condenou a detenção da integrante de sua equipe, descrevendo-a como uma “operação incomum e desprovida de justificativas racionais”, e classificou a ação como uma “forma de repressão contra os jornalistas que apenas desempenham seu papel de informar”.
Conforme noticiou o Cocuyo, a detenção de Ana Carolina Guaita é particularmente significativa devido ao seu vínculo familiar com figuras proeminentes da oposição política na Venezuela. Ela é filha de Carlos Guaita e Xiomara Barreto, figuras conhecidas no país que integram o partido político Social Cristiano Copei.
O sequestro de Guaita ocorre em um contexto de crescente repressão do regime de Maduro em relação à mídia independente e aos opositores no país. A repressão da ditadura também tem alcançado jornalistas e membros da imprensa na Venezuela. Os atos repressivos de Maduro se intensificaram após a fraude eleitoral ocorrida nas eleições do dia 28 de julho, quando o chavista Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou o ditador como vencedor do pleito, sem apresentar as atas eleitorais.
Segundo informações do portal Infobae, o Instituto de Imprensa e Sociedade (IPYS) da Venezuela documentou entre 29 de julho e 4 de agosto um total de 79 violações à liberdade de imprensa relacionadas à cobertura das eleições e das manifestações subsequentes no país.
O Colégio Nacional de Jornalistas (CNP) de Caracas também denunciou um aumento na perseguição aos profissionais da mídia, qualificando a situação como uma política de Estado implementada pelo regime de Maduro. Entre os casos recentes, destacam-se as detenções de pelo menos seis jornalistas sob acusações de terrorismo e incitação ao ódio.
Com informações de Gazeta do Povo