O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a protagonizar uma declaração controversa nesta quarta-feira (28), durante a cerimônia de entrega do primeiro trecho do Ramal do Apodi, em Cachoeira dos Índios (PB). O evento faz parte do projeto de transposição do Rio São Francisco.
Desta vez, Lula afirmou que “Deus deixou o sertão sem água” porque sabia que ele se tornaria presidente da República.
– Era uma obra [a transposição do Rio São Francisco] que muita gente duvidava que faríamos. Porque fazia 179 anos. Não estou falando de dez anos, estou falando de 179 anos que se prometia água para essa região. E eu, graças a Deus, descobri uma coisa: Deus deixou o sertão sem água porque sabia que eu seria presidente da República e traria água pra cá – declarou o presidente.
Crítica de Lula à gestão anterior e à seca no Nordeste
Além da declaração sobre Deus e o sertão, Lula também criticou duramente os antigos gestores do país. Ele afirmou que a fome provocada pela seca é, na verdade, resultado da irresponsabilidade dos governantes.
– A fome por causa da seca é falta de vergonha na cara das pessoas que governam esse país – disparou o presidente.
Leia mais: Lula anuncia conta de luz zero para 60 milhões de pessoas
Ataques ao ex-presidente Jair Bolsonaro
Durante o mesmo discurso, Lula não poupou críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele pediu à população que não volte a eleger líderes que, segundo ele, espalham ódio e retrocessos.
– Nós viemos ao mundo para transmitir amor, fraternidade e solidariedade, não para transmitir ódio. Por isso, o jeito é o seguinte: pode ter certeza, nós vamos continuar investindo em educação e nas coisas que vocês precisam, mas nunca mais vamos votar numa tranqueira para repetir o que foi feito nesse país no governo passado – concluiu Lula.
Reações e repercussão
A fala de Lula gerou reações imediatas nas redes sociais e entre políticos da oposição. Críticos consideraram a declaração desrespeitosa e oportunista, acusando o presidente de usar argumentos religiosos para fins políticos.
Por outro lado, o aliados do governo defenderam o discurso como uma metáfora para destacar a importância das obras de infraestrutura no combate à desigualdade histórica do Nordeste.