A ativista Greta Thunberg, deportada de Israel após tentar chegar à Faixa de Gaza em uma embarcação, acusou nesta terça-feira (10) o governo de Israel de sequestrá-la. A ativista foi colocada em um voo nesta manhã no aeroporto de Tel Aviv com destino à Suécia, seu país de origem.
O incidente em águas internacionais
Na conexão, no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, na França, Greta disse que autoridades israelenses pediram que ela assinasse um documento reconhecendo que entrou ilegalmente em águas israelenses, mas ela negou.
“Nós fomos sequestrados em águas internacionais e levados contra nossa própria vontade para Israel”, declarou a ativista.
Ela também pediu que libertassem os outros ativistas. Afinal, nesta terça, a Coalizão da Flotilha pela Liberdade — organização que enviou os voluntários em um barco em direção à Gaza — afirmou que oito dos 12 ativistas que estavam a bordo da embarcação interceptada por Israel ainda estavam detidos no país.
Greta Thunberg afirmou que, após levarem o barco a Israel, as autoridades detiveram os ativistas em locais separados, e eles perderam o contato. Ela também pediu a libertação dos outros ativistas.
O Propósito da viagem e a persistência
“Sabíamos dos riscos dessa viagem. O objetivo era chegar a Gaza. Mas não desobedecemos nenhuma lei, não fizemos nada de errado”, afirmou Greta, que disse que o grupo seguirá tentando levar ajuda humanitária a Gaza. “Não vamos desistir. Este definitivamente não o fim”.
Questionada por repórteres o que ela havia achado sobre críticas do presidente dos EUA, Donald Trump, que chamou Greta de “uma jovem muito raivosa” que precisa de “controle de raiva”, ela a ativista sueca riu e respondeu:
“Eu acho que o mundo precisa de muitas mais jovens raivosas, com tudo o que está acontecendo”.
Após falar com jornalistas na conexão em Paris, levaram a ativista para outro avião. Ela disse não ter certeza sobre o destino do voo, mas, mais cedo, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que enviariam a ativista à Suécia
O governo de Israel não havia se pronunciado sobre a acusação de Greta Thunberg até a última atualização desta reportagem.
Na noite de segunda-feira (09), Israel anunciou que havia levado os 12 ativistas que estavam a bordo do barco “Madleen” ao aeroporto de Tel Aviv, de onde os deportariam para seus respectivos países. Além disso, na ocasião, o governo israelense ameaçou levar à Justiça ativistas que se negassem a assinar os documentos de deportação e sair de Israel.
“Em outras palavras, quem se negar a assinar os documentos de deportação e sair de Israel, levaremos à autoridade judicial”, diz a publicação.
É importante ressaltar que a embarcação foi interceptada por forças de Israel. Segundo os ativistas, ela estava a caminho da Faixa de Gaza para levar ajuda humanitária.
A Interceptação da Embarcação
Após a interceptação, navios da Marinha israelense levaram a embarcação ao porto de Ashdod, em Israel, escoltando-a. Chegando lá, os ativistas passaram por exames médicos, segundo o Ministério das Relações Exteriores israelense.
A propósito, a Freedom Flotilla Coalition organizou a viagem do grupo. Antes da abordagem, no domingo (8), a equipe da embarcação afirmou que estava sob ataque, além disso, que drones haviam cercado o barco e que militares israelenses subiram a bordo.
Em relação ao que transportava, segundo os organizadores, o navio levava fórmulas infantis, alimentos e suprimentos médicos. No entanto, o governo de Israel afirma que a quantidade de ajuda a bordo era mínima, inferior à carga de um caminhão.
Por fim, o governo também afirmou que enviará todos os ativistas de volta a seus países de origem.